quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Poluição da Baía de Guanabara faz RioWater ser o assunto mais comentado no Twitter dos EUA

Ex-dirigente mundial de iatismo diz que foi demitido por tentar mudar competição no Rio



Poluição na Baía de Guanabara volta a ser criticada - Roberto Moreyra / Agência O Globo
RIO - A poluição na Baía de Guanabara fez a hashtag #riowater se tornar um dos assuntos mais comentados nesta quarta-feira no Twitter dos Estados Unidos. A expressão surgiu depois que Mike Greenberg, um âncora do canal de esportes americano ESPN, lançar um desafio aos dirigentes do Comitê Olímpico Internacional:
- Se levar sua família para nadar nessa água, eu pagarei cada centavo das despesas - é o trecho postado no Vine - afirmou Greenberg em seu programa de rádio 'Mike & Mike'.
O desafio feito por Greenberg foi lançado após a publicação de uma entrevista da agência Associated Press (AP) com o ex-CEO do World Sailing - órgão reconhecido oficialmente pelo COI como o representante de Vela no mundo. Na entrevista, Peter Sowrey, que deixou a organização em dezembro após ficar apenas cinco meses no cargo, conta que foi demitido por tentar transferir as provas de vela durante as Olimpíadas do Rio para Búzios.
"Eu fui orientado a me calar sobre esse assunto. A diretoria achou que eu era muito agressivo. Eles basicamente me tiraram. Eu não pedi demissão e a diretoria finalmente me mandou embora", contou na entrevista.
Sowrey, que foi substituído por Andy Hunt, afirma que a bela paisagem - com vista para o Cristo Redentor - pode atrair o tipo de cobertura televisiva que agrada, mas também pode trazer atenção negativa caso algum atleta fique doente, ou se lixo ou alguma carcaça de animal custar a medalha de ouro para algum time.
Em nota, a direção da World Sailing informou que ficou surpresa com os comentários atribuídos a Peter Sowrey na entrevista. A nota diz ainda que, em comum acordo, a Associação de Hotéis de Búzios, a Associação Comercial do município e a Búzios Convention & Visitors Bureau escreveram para o presidente da International Sailing Federation (Isaf) em 27 de julho de 2015 oferecendo os serviços do município como alternativa para as competições de vela.
Sob a orientação do então CEO Peter Sowrey, o presidente respondeu, em 3 de agosto de 2015: "Como vocês sabem, o local escolhido para o evento de vela dos Jogos Olímpicos de 2016 foi avaliado e aprovado há alguns anos. Não há planos no momento para considerar outros locais".
World Sailing acrescentou que continua a trabalhar em estreita parceria com o Comitê Organizador Rio 2016 e o Comitê Olímpico Internacional para garantir que o local seja adequado para proporcionar um excelente competição olímpica de iatismo.
O Comitê Olímpico Internacional também foi procurado, mas ainda não respondeu.

O governo foi bastante criticado no ano passado, após uma análise feita a pedido da a AP constatar a presença de vírus, bactérias e coliformes fecais em locais onde acontecerão provas dos Jogos de 2016. O resultado das análises foi contestado pelo estado e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), alegando que o controle da poluição vem sendo feito de acordo com protocolos internacionais.
A promessa de despoluição da Baía foi uma das condições para o Rio sediar o evento. Após a divulgação do laudo da AP, o governo admitiu que não daria tempo para despoluir totalmente a água, mas anunciou um acordo de cooperação técnica com sete universidades e três centros de pesquisa para iniciar um novo plano, prometendo deixar, em 20 anos, as águas da terceira maior baía do mundo límpidas.

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