Poluição
da Baía de Guanabara faz RioWater ser o assunto mais comentado no Twitter dos
EUA
Ex-dirigente mundial de iatismo diz que foi
demitido por tentar mudar competição no Rio
RIO - A poluição na Baía de Guanabara
fez a hashtag #riowater se tornar um dos assuntos mais comentados nesta
quarta-feira no Twitter dos Estados Unidos. A expressão surgiu depois que Mike
Greenberg, um âncora do canal de esportes americano ESPN, lançar um desafio aos
dirigentes do Comitê Olímpico Internacional:
- Se levar sua família para nadar nessa água, eu pagarei cada
centavo das despesas - é o trecho postado no Vine - afirmou Greenberg em seu
programa de rádio 'Mike & Mike'.
O desafio feito por Greenberg foi lançado após a publicação
de uma entrevista da agência Associated Press (AP) com o ex-CEO do World
Sailing - órgão reconhecido oficialmente pelo COI como o representante de Vela
no mundo. Na entrevista, Peter Sowrey, que deixou a organização em dezembro
após ficar apenas cinco meses no cargo, conta que foi demitido por tentar
transferir as provas de vela durante as Olimpíadas do Rio para Búzios.
"Eu fui orientado a me calar sobre esse assunto. A
diretoria achou que eu era muito agressivo. Eles basicamente me tiraram. Eu não
pedi demissão e a diretoria finalmente me mandou embora", contou na
entrevista.
Sowrey, que foi substituído por Andy Hunt, afirma que a bela
paisagem - com vista para o Cristo Redentor - pode atrair o tipo de cobertura
televisiva que agrada, mas também pode trazer atenção negativa caso algum
atleta fique doente, ou se lixo ou alguma carcaça de animal custar a medalha de
ouro para algum time.
Em nota, a direção da World Sailing informou que ficou
surpresa com os comentários atribuídos a Peter Sowrey na entrevista. A nota diz
ainda que, em comum acordo, a Associação de Hotéis de Búzios, a Associação
Comercial do município e a Búzios Convention & Visitors Bureau escreveram
para o presidente da International Sailing Federation (Isaf) em 27 de julho de
2015 oferecendo os serviços do município como alternativa para as competições de
vela.
Sob a orientação do então CEO Peter Sowrey, o presidente
respondeu, em 3 de agosto de 2015: "Como vocês sabem, o local escolhido
para o evento de vela dos Jogos Olímpicos de 2016 foi avaliado e aprovado há
alguns anos. Não há planos no momento para considerar outros locais".
World Sailing acrescentou que continua a trabalhar em
estreita parceria com o Comitê Organizador Rio 2016 e o Comitê Olímpico
Internacional para garantir que o local seja adequado para proporcionar um
excelente competição olímpica de iatismo.
O Comitê Olímpico Internacional também foi procurado, mas
ainda não respondeu.
O
governo foi bastante criticado no ano passado, após uma análise feita a pedido
da a AP constatar a presença de vírus, bactérias e coliformes fecais em locais
onde acontecerão provas dos Jogos de 2016. O resultado das análises
foi contestado pelo estado e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), alegando
que o controle da poluição vem sendo feito de acordo com protocolos
internacionais.
A promessa de despoluição da Baía foi uma das condições para
o Rio sediar o evento. Após a divulgação do laudo da AP, o governo admitiu que
não daria tempo para despoluir totalmente a água, mas anunciou um acordo de
cooperação técnica com sete universidades e três centros de pesquisa para
iniciar um novo plano, prometendo deixar, em 20 anos, as águas da terceira
maior baía do mundo límpidas.
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